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terça-feira, 6 de novembro de 2012

50 anos de doctor who fantastico


Faz 50 anos que um certo casal de professores seguiu a sua estranha aluna – que apesar de muito inteligente tinha tendência de ‘inventar’ fatos históricos e descobertas científicas – até uma Cabine de Policia azul e foi parar antes da descoberta do fogo.
Doctor Who é uma série de acasos. Na década de 60 a BBC estava perdendo audiência para a ITV, e Doctor Who surgiu como parte da campanha da emissora para reconquistar esse público. A ideia era trazer gêneros diferentes para o canal e atrair com eles novos públicos. Foi o momento perfeito para o canal, investir em uma série infantil, sobre um velho ranzinza que viaja no tempo/espaço com a sua neta, e os dois professores que ele abduziu.
O que eu mais gosto na história de Doctor Who é que muitas das coisas mais legais da série surgiram para solucionar problemas na produção. Uma das imagens mais icônicas de DW, o exterior da TARDIS é fruto dos limites do orçamento que a série tinha no inicio (e tem até hoje, quem vê o Confidential sabe os malabarismos que a produção de DW faz para contornar gastos). A ideia de uma nave maior por dentro que por fora veio de Sydney Newman, que também criou o Doutor, deu nome a série e leva os créditos como criador de Doctor Who, mas tal nave deveria assumir uma nova forma a cada lugar diferente em que estivesse. O conceito era muito legal no papel, mas quando os produtores param para pensar em quanto custaria para construir uma nova TARDIS para cada novo cenário eles decidiram quebrar o circuito da nave que a permitia assumir novas formas.
Doctor Who sempre teve muita capacidade de mudar e se adaptar.
A ideia inicial da BBC, por exemplo, era fazer de Doctor Who uma série educativa. A cada semana o Doutor visitaria momentos históricos, conheceria figuras importantes, discutiria ciência e afins, o foco da série ficaria longe de monstros e aliens. Foi tudo muito bem no primeiro episódio – menos a audiência que não foi das melhores – o Doutor voltou à pré-história e interagiu com uma tribo que tentava descobrir o fogo, mas logo no segundo arco os Daleks aconteceram…
É difícil entender hoje em dia o fascínio que os Daleks exerceram sobre as crianças nos anos 60. Numa época em que monstros quase sempre significavam alguém vestindo uma fantasia engraçada, nos Daleks essa pessoa não estava óbvia. Segundo o Terry Nation, criador dos Daleks, o movimento de bailarinas, que pareciam deslizar no palco, inspiraram o design dos personagens. As luzes no topo da cabeça foram incorporadas depois que os ensaios já tinham começado, porque era impossível distinguir qual dos Daleks em cena estava falando. A semelhança com um saleiro, entretanto, nunca foi explicada.
Os Daleks viraram fenômeno, a BBC vendeu (e continua vendendo) todo tipo de merchandising com os personagens e a audiência fraca do primeiro episódio começou a melhorar. Os Daleks deram o sucesso a Doctor Who e apesar da parte educativa nunca ter sido completamente abandonada – o Doutor ainda visita momentos históricos e pessoas importantes – monstros e aliens bisonhos jamais deixaram o universo de Doctor Who.
Mas, o que torna possível este aniversário de 50 de Doctor Who foi o momento em que a série quase pulou o tubarão. Todo mundo que conhece alguma coisa de Doctor Who, sabe que a série troca de ator e quem é fã sabe que tudo começou porque o então Doutor, William Hartnellestava com problemas de saúde e precisava deixar a série. As fofocas de bastidores dizem também que ele era insuportável de trabalhar e que a equipe não podia estar mais feliz em se livrar do ator. O fato é que toda a lógica da televisão diz que a série deveria ter morrido ali, trocar o ator principal? Come on, quantas séries vocês conhecem que sobreviveram a isso? Mas alguns roteiristas extremamente perspicazes se deram conta de que sendo o Doutor um alien, nada os impedia de explicar que a raça dele tinha o poder de trocar a aparência e já que vai mudar a aparência porque não mudar a personalidade também? Assim o novo ator pode colocar seus próprios trejeitos no personagem. Foi só anos mais tarde que a coisa toda foi ter o nome de regeneração, no inicio deu-se a ideia de que o processo tinha relação com a TARDIS, mas esse para mim é o melhor ‘recurso de narrativo’ que uma série já viu.
Enfim, quem ficou curioso para saber mais sobre Doctor Who corre lá no Seriadores que eu e o Leandro escrevemos uma espécie de Hitchhiker’s Guide to Doctor Who. A ideia do texto de hoje era lembrar um pouquinho dos primórdios de Doctor Who, porque eu sou fã coruja e a minha série está de aniversário. Parabéns para a série de ficção cientifica mais longa ever.
é so isso e allons-y

2 comentários:

  1. q legal!
    uma menina que teve a ideia de doctor who!
    obg por postar

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